Impactos das Mudanças dos Hábitos Alimentares dos Brasileiros no Comportamento de Compra
Impactos das Mudanças dos Hábitos Alimentares dos Brasileiros no Comportamento de Compra
Há muito tempo que as questões relacionadas aos hábitos alimentares vêm ganhando destaque entre especialistas da área de nutrição e saúde e na própria mídia, que consideram que a alimentação saudável e balanceada é um dos aspectos mais importantes para promoção do bem-estar, da prevenção de doenças e da melhoria da qualidade de vida da população.
Estudos relativos à alimentação e saúde realizados no Brasil têm mostrado mudanças na forma de se alimentar do brasileiro, provocadas, sobretudo pelo impacto da inflação, que alterou tanto o cardápio, como o preparo das refeições dentro de casa; pela preocupação com a saúde e com o meio ambiente; pela crise sanitária e suas restrições e pelo maior tempo que as pessoas tem ficado em casa estudando ou trabalhando em home office.
Para entender as prioridades e diferentes necessidades da população, a empresa de tecnologia MindMiners realizou o estudo “Food Industry: a nova alimentação dos brasileiros” com participação de 2.000 pessoas maiores de 18 anos de todas as regiões do Brasil.
Destacamos três hábitos dos brasileiros que estão impactando no mercado de alimentação apontado pelo referido estudo, que são:
- Preço é Prioridade Máxima
Apesar de grande parte da população brasileira entender e querer adotar uma alimentação saudável, a crise econômica faz com que na hora de comprar os alimentos a prioridade é o preço que cabe dentro do orçamento. Esse fato se confirma quando 82% dos entrevistados na pesquisa da MindMiners disseram que por causa da alta dos preços fizeram mudanças significativas nas compras de alimentos, como: buscar promoções, optar por marcas mais baratas, buscar mercados mais baratos, retirar da lista alguns itens e reduzir a quantidade de itens comprados por mês. O estudo conclui que “A inflação vem impactando nas compras das pessoas, que passaram a mudar várias atitudes para que não falte nada no fim do mês”.
- Cozinhar em Casa Segue Como Hábito
O efeito causado pelo aumento do trabalho remoto e as restrições nos restaurantes incorporou novos hábitos nas famílias brasileiras como o resgate do hábito de preparar sua própria comida. Prova disso é que 51% dos participantes da pesquisa disseram que começaram a cozinhar ou passaram a cozinhar mais em casa.
- Sustentabilidade no Prato
A maioria dos participantes da pesquisa consideram a questão do consumo de alimentos mais naturais e de menos carne muito importante para a saúde. Entre os entrevistados que comem carne, em torno de 60% disseram que gostariam de mudar a alimentação, enquanto 36% responderam que querem manter seus hábitos alimentares e 7% não souberem responder. O vegetarianismo (30%), o pescetarianismo (21%) e o veganismo (3%) estão entre os estilos de alimentação que já adotam ou pretendem adotar.
Principais Percepções Apuradas Pela Pesquisa
- Alguns Hábitos Adquiridos na Pandemia Vieram para Ficar
A pesquisa identificou que os critérios que o consumidor leva em consideração na escolha do local em que vai fazer suas compras, em ordem de prioridade são: preço, variedade de produtos, higiene do espaço de compra, localização próxima à residência, organização dos produtos no local da compra e por último programa de benefícios. Tudo indica que esse comportamento vai permanecer, já que 91% dos entrevistados disseram que pretendem manter esses critérios mesmo após o fim da pandemia.
- A Régua Está Subindo e o Consumidor Está Cada Vez Mais Exigente
Grande parte da população está cozinhando com mais frequência, isto fez com que as pessoas passassem a preparar as suas refeições com receitas mais elaboradas e econômicas. Esse comportamento aponta para um consumidor mais exigente com relação à qualidade de sua alimentação.
- Mulheres são Pivôs da Mudança
Segundo a pesquisa as mulheres são as maiores responsáveis pela mudança coletiva em relação aos hábitos alimentares, uma vez que são principalmente elas que buscam uma alimentação mais balanceada, dando prioridade aos alimentos orgânicos e as dietas com redução de açúcar, de sal e de proteínas animal.
- Saúde Mental como Orientadora da Alimentação
Não é novidade para ninguém, que a alimentação está completamente relacionada com as emoções, logo os tempos de medo e incertezas nos últimos dois anos impactaram de várias formas na saúde física e mental das pessoas. Algumas pessoas conseguiram controlar melhor sua alimentação e a prática da atividade física, enquanto outras enfrentam grandes dificuldades de controlar a ansiedade e isso acabou refletindo na forma de se alimentar como, por exemplo, o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e a opção de uma vida sedentária.
- Querer não é Poder
As pesquisas indicam que a maioria dos brasileiros está mais ciente da importância e da necessidade de ter uma rotina alimentar mais saudável, natural e nutritiva. Entretanto, a crise econômica que enfrentamos faz com que as pessoas tenham que dar prioridade aos preços mais baixos do que aderir a uma alimentação alternativa.
Mesmo diante de tantas dificuldades que o povo brasileiro enfrenta para pôr a mesa seu alimento de cada dia é essencial nunca desistir da promoção integrada da saúde, da alimentação saudável, do lazer e da atividade física.