Mercado de Consumo e Varejo no Brasil: Perspectivas e Tendências em 2022
Mercado de Consumo e Varejo no Brasil: Perspectivas e Tendências em 2022
A crise sanitária que o Brasil e o mundo vivem atualmente é considerada a mais grave, desafiadora e prolongada da história das epidemias mundiais que causou grande impacto, sobretudo na saúde, na economia e na vida social da população mundial.
É praticamente impossível encontrar algum setor que não tenha sofrido impacto positivo ou negativo durante os últimos dois anos. Entre os setores que foram mais impactados pela pandemia foi o mercado de consumo e varejo no Brasil que teve que acelerar seu processo de modernização para atender as expectativas e as exigências dos consumidores.
De modo geral, nos últimos meses os varejistas vêm enfrentando dificuldades nas vendas em virtude da alta da inflação, que reduz o poder de compra da população, da lenta retomada da geração de empregos, da desvalorização do real e da piora das condições de crédito. Soma-se a esse cenário o surgimento das variantes do Covid-19 que gerou incertezas em relação ao término da pandemia e a eventual determinação de novas restrições governamentais.
Este cenário faz com que alguns especialistas em economia afirmem que fica difícil mensurar projeções mais abalizadas de crescimento do varejo em 2022. Entretanto, pesquisas indicam que mesmo diante de tantas dificuldades, com adaptações, investimentos em tecnologia e novas estratégias de vendas é possível fazer previsões positivas para o varejo.
Uma pesquisa realizada pela plataforma digital EMIS, pertencente ao Grupo ISI Emerging Markets, a perspectiva é de que o volume de vendas no varejo brasileiro cresça em torno de 3,8% no ano de 2022.
O economista Adriano Moraes prevê que “em termos de valor, as vendas do varejo deverão crescer em ritmo mais acelerado, principalmente devido à continuidade das pressões inflacionárias. No entanto, a inflação deve retornar ao intervalo da meta do Banco Central de 2% a 5% em 2022, como resultado da politica monetária iniciado em março de 2021”.
O relatório da EMIS destaca três riscos que possivelmente possa impedir a concretização dessa previsão que são: o índice da inflação ficar acima do previsto, o que reduziria o poder de compra das famílias brasileiras e consequentemente pressionaria as vendas para baixo; outro risco é a alta do dólar norte-americano frente à moeda brasileira, tornando os produtos importados mais caros para o consumidor, reduzindo assim as vendas e por último corre-se o risco da recuperação econômica ser retardada pelos surtos locais das variantes da Covid-19 e pela politica monetária mais restritiva do Banco Central para combater a inflação.
Na avaliação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC o processo de inflação elevada não vai ser solucionada em curto prazo e a alta de preços de produtos e serviços essenciais à população como combustíveis, gás de cozinha, energia elétrica e alimentos vão continuar comprometendo o crescimento e as margens de lucro do varejo em 2022.
O economista da CNC, Fábio Bentes afirma que “a inflação corrói o poder de compra e o otimismo do empresário do comércio, que sabe que o importante não é só vender mais, mas vender superando a inflação”.
Outro fator importante que o relatório da EMIS traz é a previsão de crescimento contínuo da integração entre o varejo físico e o online como parte da estratégia omnichannel do comércio varejista. Tendo como principal objetivo melhorar o engajamento dos clientes usando as lojas físicas como ponto de apoio para as venda online.
Prova disso é que, apesar dos varejistas estarem investindo fortemente no comércio online, gigantes do varejo brasileiro continuam abrindo novas lojas físicas e fornecendo um sistema integrado de oferta de produtos aos seus clientes, que inclui além da loja física, a plataforma de e-commerce própria, mercado online e aplicativo móvel.
Nos últimos dois anos ocorreram grandes mudanças no mercado varejista, em que as empresas precisaram se adaptar, aprender e arriscar em novas estratégias. Especialistas e consultores de consumo e varejo afirmam que 2022 será ainda de continuidade da reestruturação das empresas varejistas.
Tendências do Varejo que Devem ser Confirmadas em 2022
O ano de 2022 promete ser de grandes novidades tecnológicas que vão movimentar bastante o mercado varejista. Essa nova realidade vai exigir que o segmento varejista brasileiro invista ainda mais em tecnologia e boas estratégias para que seu negocio atinja o sucesso no ano que se inicia. Neste sentido selecionamos algumas tendências do varejo que devem ser confirmadas em 2022 e que devem ter atenção especial dos varejistas.
- Expansão do e-commerce e dos markeplaces – o maior desafio será manter a qualidade, gerir riscos, prevenir fraudes e aumentar a segurança nas compras online;
- Segurança cibernética – fazer mais investimento em segurança cibernética para reduzir o numero de reclamações de fraudes que afeta a imagem e faturamento das empresas;
- Integração entre o varejo físico e o digital – investir cada vez mais no modelo de integração entre o ponto de venda físico e o digital como parte da estratégia omnichannel para fidelizar e conquistar novos clientes;
- Continuação do processo de transformação digital – fazer mais investimentos em inovações tecnológicas para melhorar o que já existe;
- Menor tempo de entrega – melhorar a logística de entrega das compras online para ofertar ao seu cliente prazos de entrega cada vez mais curtos;
- Modalidade de venda direta do fabricante para o consumidor – essa é uma realidade que está se consolidando a cada dia, assim os canais de venda tradicionais devem estar preparados para enfrentar essa concorrência;
- Novas formas de investimentos – fazer captação de investimentos através de aquisições de negócios complementares e de novos investimentos;
- Adoção de tecnologia na área tributária e fiscal – para seguir atendendo aos regulamentos e as legislações vigentes torna-se necessário acelerar a adoção das novas tecnologias no setor tributário e fiscal;
- Adoção de práticas sociais e ambientais – junto com fornecedores, parceiros e clientes a empresa deve intensificar as práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa na cadeia dos produtos comercializados.
Tudo indica que 2022 será um ano de grandes desafios para a economia brasileira de modo geral, sobretudo para o mercado varejista que vem passando por uma fase de reestruturação de suas atividades para atender as expectativas do consumidor e para manter o varejo funcionando. Para manter o seu negocio atualizado e crescendo é importante ficar sempre atento às movimentações do mercado e entender que nem sempre determinada inovação é válida para todos os segmentos de mercado. Então, antes de tudo é preciso saber avaliar qual inovação e estratégia encaixa no nicho do seu negócio e se atende uma necessidade real da sua marca e da sua base de clientes.